2005/08/18

E viva o luxo!

Pelo que noticia a Lusa - Agência de Notícias de Portugal, vai finalmente começar a ganhar corpo um projecto já com bastantes anos, o da construção de um edíficio de raiz destinado ao Museu do Neo-Realismo. Trata-se, de facto de um luxo, destinado a um pequeno número de felizes privilegiados. Sempre que me lembro de que sou a leitora número 27 do Centro de Documentação deste Museu, tendo-me registado vários anos depois da sua entrada em funcionamento, renovo a sensação de perplexidade que tal me provoca... Aqui fica a notícia da Lusa:

"Lisboa, 17 Ago (Lusa) - O novo Museu do Neo-Realismo deverá abrir portas em Maio no centro da cidade de Vila Franca de Xira, numa obra hoje adjudicada pela Câmara Municipal por 2.720.809,73 euros, disse fonte autárquica.

O projecto é da autoria do arquitecto Alcino Soutinho e conta com apoios comunitários, segundo a mesma fonte.

O novo museu deverá ser edificado no centro da cidade ribatejana, "entre o Tribunal e a Câmara Municipal", numa área de 2.000 metros quadros, segundo a mesma fonte.

Irá albergar os espólios de escritores emblemáticos daquela corrente literária, inaugurada em Portugal em 1940 com os romances "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes e "Gaibéus" de Alves Redol.

Actualmente, parte do acervo do Museu encontra-se exposta num edifício de século XIX que foi Biblioteca Municipal e conta com espólios de Carlos de Oliveira, Alves Redol e Pereira Gomes.

O neo-realismo foi uma corrente literária de influência italiana que procurava, através da narrativa e da poesia, denunciar as injustiças reivindicando uma intervenção social, o que se torna mais visível no final da II Grande Guerra (1945).

Além da literatura, a estética neo-realista alargou-se à pintura, ao teatro e cinema.

Na poesia, os neo-realistas formam o chamado grupo "Novo Cancioneiro" que integra Sidónio Muralha, João José Cochofel, Carlos Oliveira e Manuel da Fonseca, que se destacará mais tarde na ficção.

Entre os autores portugueses que perfilharam esta corrente refira-se ainda Fernando Namora.

NL. Lusa/Fim"