2006/01/30

Ainda mais comentários...

... no Esplanar (1, 2, 3 e 4), n'O Amigo do Povo, além de Da Literatura e Estado Civil.

2006/01/28

Comentários na blogosfera sobre crítica literária...

...aqui, aqui e aqui.

Morreu o escritor Orlando da Costa

Diz-nos o Diário de Notícias: "Nascido em Lourenço Marques, hoje Maputo, no seio de uma família goesa, de brâmanes católicos, Orlando da Costa foi criado em Margão, Índia, de onde partiu muito do perfume e sabor dos seus escritos. Ficcionista, dramaturgo, poeta, morreu, ontem, em Lisboa, onde chegou aos 18 anos e se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras. Contava 76 anos. Era pai de António Costa, actual ministro da Administração Interna, e de Ricardo Costa, jornalista.

Apaziguador no uso da palavra, não alheado da acção cívica, pulsa na sua obra uma consciência social e política lado a lado com um olhar minucioso sobre o coração dos homens nos seus amores e desamores, na alegria, no sonho, no deserto da solidão.

Colega de Maria Barroso, de Augusto Abelaira e de Jacinto Baptista, Orlando da Costa, militante do PCP, apoiou a candidatura de Norton de Matos e foi preso três vezes pela Pide (1950-1953). Da última vez, permaneceu no cárcere em Caxias por cinco meses e uma semana (acusado de militar em defesa da paz). Aí escreverá a sua tese. Passou pelo ensino particular até ser proibido de ensinar e trabalhou na publicidade.

Os seus livros de poesia, como A Estrada e a Voz, Os Olhos sem Fronteira e Sete Odes do Canto Comum circularam amiúde entre os amigos e os intelectuais, mas O Signo da Ira, totalmente passado em Goa (Prémio Ricardo Malheiros, Academia das Ciências, 1961), vendeu dez mil exemplares, apesar de a Pide o ter proibido de circular. A mulher, em seus anseios, fragilidades e força, esteve sempre no centro da sua prosa, como em Podem Chamar-me Eurídice ou em Os Netos de Norton.

Mário de Carvalho destaca a "humanidade e companheirismo" de Orlando da Costa, classificando a sua prosa como "muito apurada". Para José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores, de que Orlando da Costa foi vice-presidente, a obra do romancista é "um dos momentos mais relevantes da ficção portuguesa".

O corpo está em câmara ardente na Basílica da Estrela desde ontem, seguindo o funeral às 18.00 de hoje para o Alto de São João."

2006/01/22

Livraria Lello perfaz cem anos de vida

Diz-nos o Diário de Notícias de hoje: "Foi um acontecimento na cidade. Ao fim da manhã, a Baixa portuense encheu-se de gente para assistir ao desfile de homens de letras, artistas, políticos e comerciantes. O cortejo integrava, entre outras figuras, Guerra Junqueiro, José Leite de Vasconcelos, Júlio Brandão, Afonso Costa, Aurélio da Paz dos Reis, Bento Carqueja e João Oliveira Ramos. E o que fez, há cem anos, reunir toda esta gente ilustre? Uma livraria. A abertura da Lello, num edifício criado de raiz para ser uma casa para as palavras.

Um século depois, a Livraria Lello, aparentemente indiferente à migração dos livros e das pessoas do centro da cidade para as grandes superfícies comerciais, mantém a porta aberta. Os livros povoam as mesmas estantes de outrora, iluminados pela mansa luz da enorme clarabóia, como se os livros, no Porto, tivessem a sua catedral. A belíssima escadaria interior leva, agora, o visitante à secção de obras antigas e ao "café literário" - um espaço que pretende recriar as antigas tertúlias dos portuenses." Pode continuar a ler aqui.

2006/01/20

"JL" 921



2006/01/13

Último trabalho do semestre

Para fnalizarmos a nossa caminhada ao longo destes quatro meses, proponho-vos um trabalho de descrição dos conteúdos disponíveis em dois sites, dando particular atenção aos aspectos que se relacionam com literatura. Esses sites são o Centro de Estudos sobre Texto Informático e Ciberliteratura (CETIC) e o Centro de Investigação para Tecnologias Interactivas (CITI). Cmplementarmente e apenas como font de informação adicional, podem consultar as páginas pessoais de Pedro Barbosa e de Carlos Correia, fundadores de um e outro Centros, respectivamente.

A literatura e a vida (4)

Explorando uma referência encontrada aqui, aconselho a leitura deste texto dado à estampa no El País, intitulado "El lenguaje de los móviles se convierte en un fenómeno lingüístico y social". Pode lê-lo também aqui.

2006/01/09

Mais escolhas no "Mil Folhas"

Devido a uma informação de Isabel Coutinho, a qual muito agradeço, tenho agora oportunidade de completar a lista de seleccionadores e livros seleccionados, relativos a 2005, da qual comecei a dar conta no post anterior. Aqui fica ele disponível, contando com as opinões de Alexandre Andrade, António Manuel Venda, António Mega Ferreira, Artur Portela, Augusto M. Seabra, Carlos Fiolhais, Cristina Silva, Eduardo Pitta, Fernando Pinto do Amaral, Francisco José Viegas, Frederico Lourenço, Gastão Cruz, Gonçalo M. Tavares, Helena Buescu, Hélia Correia, Inês Pedrosa, Jaime Rocha, João Barrento, João Lobo Antunes, Jorge Dias de Deus, José Miguel Silva e José Sasportes.

2006/01/07

Ainda no "Mil Folhas"

Em jeito de balanço de ano literário relativo ao recentemente findo 2005, podemos ler ainda no suplemento "Mil Folhas" do Público uma crónica de Eduardo Prado Coelho, bem como uma compilaçao de esolhas de Lourença Baldaque, Manuel Jorge Marmelo, Maria Filomena Mónica, Mario Cláudio, Miguel Real, Miguel Serras Pereira, Nuno Crato, Nuno Júdice, Nuno Markl, Pedro Aleida Vieira, Possidónio Cachapa, Richard Zimler, Rodrigo Gudes de Carvalho, Rosa Lobato Faria, Rui Tavares, Rui Vieira, Rui Ângelo Araújo, Vasco Graça Moura e Vasco Pulido Valente. Pode ler os textos correspondentes aqui e aqui,respectivamente.

"Os melhores livros de 2005": uma iniciativa do "Livro Aberto" de F. J. Viegas

Saiu hoje um "multifacetado cânone colaborativo" nas páginas do suplemento "Mil Folhas" do jornal Público. Pode lê-lo aqui.

2006/01/05

JL 920

A literatura e a vida (3)

Pelo seu manifesto interesse didáctico, cito Eduardo Prado Coelho, a partir da edição de hoje do jornal Público:

"Não estraguem mais!

Recordo-me como se fosse hoje: em 1975, era eu director-geral de Acção Cultural e um dia vi entrar no meu gabinete o Rogério de Moura, homem experiente, director dos Livros Horizonte. Entre as várias coisas de que falámos, esteve a necessidade de criar o Instituto do Livro. Não estava ao meu alcance fazê-lo, e a lógica dominante era a de direcções-gerais com os respectivos departamentos. Mas já existia um Instituto do Cinema, de existência assaz tumultuosa. A proposta de Rogério de Moura marcou data e mais tarde veio a criar-se o Instituto do Livro. Alguns directores de que me lembro foram a Teresa Gil e o Artur Anselmo. O José Afonso Furtado (uma das pessoas que em Portugal melhor conhece os problemas do livro) teve também um papel preponderante. E António Alçada Baptista. E, para além de importantes presenças nas bienais do Livro, para além do apoio dado a Frankfurt (sobretudo no ano em que Portugal foi o convidado oficial) e ao Salão do Livro de Paris (idem, idem), organizaram feiras do livro nos países africanos de língua portuguesa e asseguraram com o ICEP a presença portuguesa no Brasil.
Mas havia por essa altura uma imensa dinâmica no Instituto do Livro. Por iniciativa de Maria da Conceição Caleiro, criaram-se em Portugal, com assinalável êxito, as comunidades de leitores. É ela que neste momento anuncia uma comunidade de leitores a funcionar a partir de hoje na Livraria Buchholz, ao fim da tarde. Suponho que esta excelente iniciativa já nada tem que ver com o IPLB. E é pena. Na Culturgest, fizeram-se "os livros em volta" (sempre com salas cheias). As comemorações do Dia Mundial do Livro tinham uma energia contagiante. Eram múltiplas as iniciativas, algumas discutíveis (como a lenta elaboração de um dicionário de todos os escritores portugueses), mas sempre entusiasmantes. E tudo isto contribuiu para a promoção da leitura. Hoje, num período em crise, o livro está na moda (como dizia um jornal), multiplicam-se as livrarias de qualidade na província, surgem excelentes pequenas editoras, criou-se uma linha de apoio à edição no Brasil com excelentes resultados (num esforço de Margarida Lages), e os lançamentos de livros são prática corrente e muito concorrida. Cabe ao instituto apoiar a existência das livrarias de qualidade e contribuir para a formação de profissionais da livraria (para evitar que eles pensem que "edição bilingue" é uma editora...). É necessário também o apoio à edição portuguesa, à quase inexistente edição universitária e às revistas importantes em todas as áreas. Cabe ao instituto criar bibliotecas públicas em articulação com as autarquias. E há ainda imensas coisas que se podem fazer - é uma questão de vontade e imaginação.
Confesso que nos últimos tempos o instituto parece ter hibernado, e deve limitar-se às tarefas rotineiras. Lamentável! Mas a verdade é que não ouço falar nele em lugar algum. E vejo funcionários cabisbaixos e desmotivados. Entretanto, começou a falar-se em dividir o instituto por diversas instâncias já existentes, desde a Biblioteca Nacional ao saturado Instituto Camões. A ideia é assassina (tanto ou mais do que a deplorável junção dos Espectáculos com a Arte Contemporânea). Se persistirem nela, teremos de reagir com indignação e firmeza, mobilizando escritores, livreiros, editores, leitores, bibliotecários. Mas talvez tudo seja apenas um boato catastrofista..."

2006/01/02

Documentos para a 1ª aula de Janeiro - adenda

O texto de José Afonso Furtado publicado em É a cultura, estúpido! continua em dois novos posts, este e este.